Determinados cheiros têm o poder de nos transportar. Quem não tem guardado na lembrança o aroma e o sabor daquele bolo, da sopinha, ou daquelas merendinhas gostosas preparadas pelas nossas mães e avós? Ou daqueles momentos em que nada mais tínhamos que nos preocupar, a não ser em descobrir, com surpresa, o que nossa mãe havia colocado em nossa lancheira, ou o que seria servido na hora do lanche ou nos almoços familiares dos domingos.
Ou mesmo aqueles momentos quando, confinados dentro de casa sem poder sair para brincar, esperávamos que sarassem as “potocas” da catapora ou de quaisquer daquelas enfermidades comuns na infância, ou ainda as conseqüências de uma catastrófica queda de bicicleta cicatrizassem, e nossos tios e tias nos mimavam com guloseimas e toda a sorte de bobagens.
A afetividade ligada as nossas vivências, positivas ou negativas, muitas vezes acabam por determinar nossa predileção por determinados alimentos ou mesmo todo o nosso comportamento alimentar e, se não, pelo menos se manifestam naquele “dia-de-cão” em que você implora por um sundae com muita calda de chocolate.
Esse, no entanto, é apenas um dos lados da moeda. Um distúrbio alimentar similar à bulimia e anorexia que se caracteriza pela antipatia por certos grupos de alimentos, geralmente vegetais, frutas, alimentos desconhecidos ou temperos fortes vem sendo alvo de novos estudos e pesquisas. As pessoas geralmente caracterizadas como “chatas para comer” possuem, na verdade, o chamado “paladar infantil”.
Enquanto a grande maioria dos adultos sente prazer na experiência gastronômica diferenciada, os “chatos para comer” têm medo de encontrar no prato “algo intolerável”. Esse distúrbio se mostra mais cruel quando esse distúrbio afeta a vida social da pessoa, que passa a evitar situações apenas para não ter contato com o alimento indesejado.
Alguns casos extremos demonstram sinais de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): pessoas que consomem apenas comidas de uma determinada cor (só se alimentam de pães, queijos e massas, por exemplo); pessoas com aversão a alimentos verdes (rejeitam todas as folhas e até mesmo limões); e pessoas que retiram completamente de seus cardápios alguns alimentos fundamentais para o bom funcionamento do organismo, como frutas. O mais importante é descobrir se realmente existe um problema e reconhecê-lo.
Mas, se este não for o seu caso e se você apenas não tinha parado para pensar no significado do “comer” ou do “não-comer” e agora tem procurado uma alimentação que se encaixe nesse novo estilo de pensar e sentir sua alimentação, aqui vai mais um alimento que deve fazer parte de seu prato.
A memória é uma função que podemos ajudar a preservar com a ajuda dos alimentos, afinal, queremos que aquelas gostosas lembranças de nossa infância sejam mantidas bem vivas em nossa lembrança.
Berinjela:
A tonalidade de sua casca deve-se à presença de antocianinas, proantocianinas e flavonóides. As duas primeiras substâncias inibem a produção de radicais livres e os flavonóides apresentam propriedades antioxidantes. Sendo assim, recomenda-se que esta seja consumida com as cascas.
Quibe de Berinjela
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